12 de abril de 2024
https://realnews.com.br/tempos-modernos/
Além da bela música de Lulu Santos, fiquei com meu cacoete lacaniano, apaixonado pela polissemia dos significantes. Pensei no tempo como fenômeno climático, na justiça, na comunicação contemporânea e no campo da escuta clínica.
Enquanto clima, o tempo não é o mesmo: as estações se confundem, os temporais desequilibram, desabrigam, matam e proliferam doenças como a dengue e a miséria nos tempos neoliberais.
No campo da Justiça, levamos 6 anos para saber os mandantes da morte de Marielle Franco, graças ao ritmo da impunidade que nos regeu, demandando ainda mais esclarecimentos.
E quando um ministro como Alexandre de Moraes, que garantiu a legalidade das eleições, peita o “MUSKito” da febre fake news que acoberta golpistas, tentam desqualificá-lo da função. O mais hipócrita é ver que a direita e seus burgueses associados reivindicam “direito democrático, liberdade de expressão”, para seguirem mentindo, chancelando o golpe que visava acabar com a democracia. Eis o “X” da questão!
A celeridade no julgamento e condenação de Lula ilustrou o tempo lógico da justiça que, como todas as instituições da sociedade de classes, tende a defender os interesses das superiores.
No campo das relações afetivas e sociais, a rapidez é assustadora: não se ouve áudio de mais de um minuto. Quando nos acusam, na rede ou em grupos, a defesa tem que ser em um texto exíguo ou é considerado chato. A rapidez faz sucesso, impedindo conversas mais profundas entre “o Tico e o Teco”, consagrando o Tiki e Tok.
Falando em TikTok, estou ousando falar em torno de um minuto sobre saúde mental e psicanálise neste aplicativo. Tenho o apelo à adesão digital do meu filho peludo, o Chiquinho (@gaiofontella829).
Na clínica psicanalítica, trabalhamos com um outro tempo, lógico, não cronológico. Existe um mito de que o analista lacaniano fica só na “cara de paisagem”. Não é bem assim: quando a transferência é garantida, interpretamos e “nada impede o analista de ser psicoterapeuta, quando convocado”, dizia Lacan.
Porém, não somos da terapia do ego, que ataca sintomas com interpretações precipitadas e “selvagens”. Quem manda é a transferência. E esta tem o tempo de cada sujeito, mediada por uma linda intersubjetividade, amor mútuo de transferência, que vai permitir o processo em direção à cura e sua facilitação.
Bom lembrar que Cronos, Deus da mitologia Grega do tempo, devorava seus filhos para não roubarem seu trono. Zeus escapou, defendido pela mãe Réia, o que é uma boa metáfora de maternagem que acolhe os tempos de cada sujeito para aprender, crescer, amar e se socializar. Num processo analítico, escuta sem pressa de interpretação, no tempo singular de elaboração, podemos lidar melhor com a patologia da pressa dos tempos modernos, sem sermos devorados.
Música e dança encantam as crianças
Ângela Beck é professora de música, durante muitos anos deu aula em escola pública. Quando se aposentou na procuradoria do Estado, decidiu criar o Multispaço, pois estava longe das escolas há muito tempo. O Multispaço é uma escola aberta, onde as crianças aprendem arte. “Um local criado para que elas descubram coisas bonitas! A ideia é que mais crianças possam fazer aulas de dança, música e arte!”, conta Ângela sobre o projeto, onde trabalham com dança e música. O trabalho desenvolvido no projeto é apresentado para a comunidade no Festival anual na Barra do Ribeiro, Tapes e Sentinela, junto com a professora de dança, Bárbara Altmann Kahmann.
Para participar do projeto a família tem que estar participando do O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) é a porta de entrada da Assistência Social.
O CRAS atende pessoas com deficiência, idosos(as), crianças e adolescentes, pessoas inseridas no Cadastro Único, beneficiários do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros.